Alerta vermelho nas empresas de ônibus
A falta de combustíveis iminente disparou um “Alerta Vermelho” no Sindicato das Empresas de Ônibus de Curitiba e Região Metropolitana (Setransp). Em nota enviada para a imprensa os representantes dos donos de empresas pediram medidas de emergência para diminuir a “carga” do transporte e adiar uma eventual paralisação da circulação dos coletivos.
No final da tarde a Urbs decidiu reduzir a frota de ônibus em circulação em Curitiba já a partir das 17h desta quarta-feira (23). Nos horários de pico, a redução vai ser de 30% e nos demais horários, de 50%. São considerados horários de pico: 6h30 às 8h30; 11h às 13h; 17h às 19h30; 21h30 às 23h.
No final da tarde, no entanto, o prefeito Rafael Greca voltou atrás e disse que enquanto faz as análises dos estoques de combustível das empresas, a frota será mantida.
Faltam alimentos no Ceasa
O terceiro dia de protesto dos caminhoneiros também já afeta a Ceasa. A reportagem apurou que na unidade de Curitiba, que fica no Tatuquara, o abastecimento dos alimentos já diminuiu 50% e só não está sendo mais grave porque produtores da RMC estão conseguindo suprir um pouco a demanda. Na capital, o problema tem acontecido porque os produtores do Norte do Paraná sequer estão permitindo que os caminhões saiam para trazer os alimentos, com medo de que os veículos fiquem presos no caminho.
Nossa Feira suspensa
Pontos do programa Nossa Feira, da prefeitura de Curitiba, não irão funcionar nesta quarta (23/5) e quinta (24/5) por falta de frutas, legumes e verduras. O desabastecimento acontece por causa da Mobilização dos Caminhoneiros. As primeiras a sentirem os efeitos são os pontos do Barreirinha e no Campina do Siqueira, nesta quarta-feira. Na quinta-feira não vão abrir os pontos do Pilarzinho e do Lindoia. Sacolões e Armazéns da família também podem fechar.
Bloqueios
O protesto dos caminhoneiros contra o aumento no preço dos combustíveis segue causando bloqueios em estradas. No Paraná são 36 protestos nas estradas federais, mas não há bloqueio total, apenas quatro bloqueios parciais. Por determinação da Justiça Federal, o bloqueio total das rodovias paranaenses está proibido, sob pena de R$ 100 mil por hora.
Durante a tarde foram realizados bloqueios no Contorno Leste, na região de São José nos Pinhais, numa mobilização de ceramistas, donos de transportadoras, agricultores e motoristas. Impedidos de interditar totalmente a rodovia, os motoristas trafegavam a velocidades muito baixas. Na Rodovia da Uva, sentido Colombo, também foram registrados protestos.
Apoio de outras categorias
Motoboys e motoristas de aplicativos se uniram aos caminhoneiros em Curitiba para protestar contra o aumento dos combustíveis na manhã desta quarta. Cerca de 50 motoboys e motoristas de apps – como Uber, 99 e Cabify – se reuniram por volta das 8h nas proximidades da fábrica da Volvo, na CIC, e partiram em carreata em direção à Repar, a refinaria da Petrobras em Araucária, região metropolitana.
Entenda os motivos
Os aumentos seguidos nos preços do diesel levaram os caminhoneiros a programarem a paralisação. A categoria pede que uma série de reivindicações apresentadas ao governo federal sejam atendidas. A principal reivindicação dos caminhoneiros é a redução da carga tributária sobre o diesel. Os motoristas pedem que se zere a alíquota de PIS/Pasep e Cofins e a isenção da Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico (Cide).
Os impostos representam quase a metade do valor do combustível na refinaria. Segundo eles, a carga tributária menor daria fôlego ao setor, já que o diesel representa 42% do custo do frete. Por conta dos reajustes diários no diesel, os caminhoneiros autônomos dizem estar no limite dos custos. Nos últimos 12 meses, o preço do diesel na bomba subiu 15,9%. O valor está bem acima da inflação acumulada em 12 meses, em 2,76%, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
f:tribuna