Pinhais completa 26 anos e muitos são os acontecimentos que marcam a história de uma das cidades mais desenvolvidas da Região Metropolitana de Curitiba. Localização geográfica privilegiada, a poucos quilômetros do centro da capital, crescimentos econômico e estrutural reconhecidos por instituições renomadas, muitas histórias, atrativos culturais e belezas naturais, fazem parte da trajetória deste jovem município paranaense.
Localização privilegiada
Pinhais, o município que pertencia à Piraquara até 1992, é um dos mais novos e o menor em extensão do Estado, com uma área de 60,92 quilômetros quadrados. É, também, o mais próximo do centro da Capital do Estado, pois está a 8,9 quilômetros da região. Conta com 15 bairros e inúmeras vilas, e faz divisa com Colombo, Curitiba, Quatro Barras, São José dos Pinhais e Piraquara.
Economia
Atualmente, possui a 10ª maior arrecadação do Paraná. Dona de um vasto pólo industrial, com aproximadamente 11 mil empresas, se destaca principalmente na indústria de metal mecânica, plásticos e prestação de serviços. Outrofator importante é que o município oferece uma série de incentivos para a atração de empresas, além da capacitação da mão-de-obra local.
UM POUCO DA HISTÓRIA DA CIDADE
História
Após a ocupação de Paranaguá, o homem branco deu início à colonização do Planalto Curitibano. Esse processo está intimamente ligado à procura e exploração de metais preciosos, principalmente o ouro.
Foi em busca desse metal que o europeu transpôs a serra do mar e iniciou a colonização do Primeiro Planalto, já que se tratava de ouro de aluvião (encontrado nas encostas dos rios). Juntamente com a colonização de Curitiba, ocorreu o processo de requerimento e concessão de sesmarias nas regiões vizinhas. Nesse contexto, em 1674, o capitão-povoador Antonio Martins Leme fez requerimento de uma sesmaria localizada entre os rios Palmital e o Itatiba (Atuba) com dimensão œ x œ légua.
A história recente da ocupação territorial de Pinhais tem as suas raízes intimamente ligadas à construção da Ferrovia Paranaguá Curitiba, inaugurada já no ano de 1885. Além da estação, outro fator aglutinador foi a implementação de uma indústria cerâmica que a partir de meados da década de 1910, tornou-se uma das unidades produtivas mais dinâmicas do Paraná.
Com base nos registros da Segunda Lei de Terras do Paraná (1893), podemos trabalhar com a hipótese de que a Estação de Pinhais surgiu para possibilitar o acesso e o escoamento do centro produtor de São José dos Pinhais, visto que esse município produzia erva-mate em grande escala, além de madeira e outras mercadorias.
Vários desses registros fazem menção à estrada que ligava o município de São José dos Pinhais. Com a inauguração da Estrada de Ferro, também foram construídas as casas dos funcionários responsáveis pela manutenção da ferrovia. Começou assim a se esboçar um pequeno povoado. Além dessa incipiente concentração de moradores, já estavam estabelecidos proprietários de terras que desenvolviam atividades agropastoris. Grande parte desses proprietários moravam na região e utilizavam as suas terras para o plantio de diversos gêneros agrícolas e para a criação de gado, tendo como centro de consumo a Capital. Datam desse período vários registros de terras, principalmente nas proximidades do rio Palmital e também entre os rios Atuba e Iraí.
É possível que nessa região existisse um grande número de fazendas, constituindo uma população esparsa, pois é nesse momento que chegou ao Paraná, principalmente à Capital e arredores, a grande leva de imigrantes europeus, fundando suas respectivas colônias. Nessa região estabeleceram-se muitos imigrantes italianos, que fundaram a Colônia Novo Tirol. Em sua maioria, essas novas populações se ocuparam do cultivo de terra e também de incipientes manufaturas, a maioria de cunho artesanal.
Em linhas gerais, eram essas as características da região no final do século XIX e início do século XX.
A abertura da via férrea ligando ao planalto curitibano significou um avanço de suma importância para a economia do Estado. A via de acesso para o escoamento da produção da Capital e das regiões vizinhas facilitou e fomentou o surgimento de novos empreendimentos econômicos. Assim, em 1898 tiveram início os trabalhos da cerâmica da família Torres, que foi instalada na região bem próxima à linha férrea.
Foi justamente da conjunção desses dois fatores, cerâmica e estação, que iniciou-se uma povoação mais densa. Dessa forma a região em torno da estação de trem constitui o Marco Zero da atual cidade.
Formação Administrativa
Em divisão territorial datada de 31-XII-1968, o distrito de Pinhais, figura no município de Piraquara.
Assim permanecendo em divisão territorial datada de 1988.
Elevado à categoria de município com a denominação de Pinhais, pela Lei Estadual n.º 9.906, de 18-03-1992, desmembrado de Piraquara. Sede no antigo distrito de Pinhais. Constituído do distrito sede. Instalado em 01-01-1993.
Em divisão territorial datada de 1995, o município é constituído do distrito sede.
Assim permanecendo em divisão territorial datada de 2007.
Fonte
UM POUCO MAIS DA HISTÓRIA
Alguns aspectos do cotidiano, no início de Pinhais
Bom saber da história, principalmente, do lugar que moramos, não é?
Vamos lá.
A Avenida Iraí era a saída mais rápida para moradores que vinham do Guarituba,
Campininha, Águas Claras e parte da Colônia Santa Maria, etc. As carroças passavam a
ponte do rio, ponte de madeira, e seguiam pela avenida.
Seguiam paralelamente aos trilhos que conduziam as caçambas até as cavas, lugar
chamado de barreiro, pois era um dos lugares de onde se retiravam o barro para a olaria,
hoje, para quem quiser entender melhor, as cavas estão no lado sudeste do bairro
Weissópolis. Os trilhos saíam do barracão da olaria, atravessavam os trilhos da estrada
de ferro, a oeste da estação, seguiam pela ruela da frente do casarão, conhecido como
vila do Scarpa, hoje é a rua que leva até o autódromo, e continuavam acompanhando a
avenida até o rio Iraí, faziam a curva e seguiam o rio até o barreiro, cavas.
Como dizia, as carroças seguiam, subiam a Camilo Di Lellis, na época, estrada de chão,
ou seja de areia, pois era impressionante a quantidade de areia que acumulava-se pelas
laterais desta rua, e seguiam para Curitiba vender lenha, verduras e legumes, ovos,
queijo, leite…
Às vezes, faziam paradas em Pinhais, mas, sua população tinha o hábito de cultivar sua
própria horta, pomar e algumas vacas de leite. Nada maior que isso, ao contrário da
idéia da existência de grandes fazendeiros.
O Guarituba, apesar de não fazer parte do município, faz parte da história de Pinhais,
assim como outros lugares; era marcado pelos criadores de vacas leiteiras,
madrugadores, e em suas carroças lotadas com galões de leite, seguiam rumo à cidade;
lá iam os jovens, rindo conversando, carroça atrás de carroça, fileira organizada, sem
medo, sem perigo…
Vila Emiliano Perneta; os chacareiros tão conhecidos. Pequenas chácaras davam
característica camponesa a este lugar bonito. Morros e barrocas, mato e capoeira, de
repente outra chácara.
Freqüentemente iam até a Vila, comunidade ao redor da olaria, “cerâmica” como era
chamada, para vender seus produtos.
Quem tinha gado não tinha com o que se preocupar. Os campos eram extensos e o
pasto, farto. Apesar das terras serem do proprietário da olaria, tinham total liberdade
para usá-las.
Soltavam o gado e, ao final da tarde, os jovens os buscavam. Muitas vezes precisavam
ir até a várzea, mais ou menos onde hoje fica o Habib”s, Valejo, onde chamavam de
ilha, pelo fato
de precisarem retirar animais atolados, por causa dos pântanos; banhados
da região.
Onde é a Vargem Grande, nas proximidades do rio Iraí, ficava o lugar chamado de
“fazenda” não que fosse, mas, por ser uma área grande e cercada. Ali ficavam os touros
e vacas, animais confinados para a cruza. Benedito Pinto, caseiro, cuidava do lugar,
consertando cercas e dando todos os cuidados que o gado poderia necessitar, seus filhos
trabalhavam na olaria. Quando um morador resolvia cruzar uma vaca, era lá que a
deixava, na fazenda.
Autódromo, outra região interessante. Também era uma área cercada, porém, menor;
era chamada de Piquete. Na verdade, o piquete era o lugar onde deixavam as vacas
prenhes para que não saíssem longe e, assim, evitavam que o parto acontecesse pelos
campos afora.
Os moradores se reuniam para curar os animais. Os recolhiam no piquete e ali, com
creolina e ervas, faziam limpeza e curativos nos ferimentos.
Voltaremos ao assunto de costumes em outra ocasião, com detalhe na cultura deste
povo; o povo de Pinhais.
Postado por colocando pingos nos is às 11:32 0 comentários
Postado por colocando pingos nos is às 3/26/2010
Como viviam os jovens de Pinhais entre 1930 e 1950
A Estação
Nas décadas de 30, 40, 50, inúmeras famílias se estabeleceram na região. A maioria dos
jovens desta época veio ainda criança e outros, nasceram em Pinhais. A maioria
trabalhava na cerâmica. Nesta época a condução mais usada era o trem. Para ir até o
centro de Curitiba era muito fácil e rápido, precisavam, apenas, respeitar os horários do
trem, caso o perdessem teriam que deixar para outro dia ou seguir a pé, pelos trilhos. Ao
chegarem na estação de Curitiba, estavam praticamente dentro do pólo comercial, pois,
hotéis e lojas procuravam ficar ao redor da estação. Lá se valiam de dentistas, médicos,
cinema, programas de auditório nas rádios e passeios pela cidade.
Dentro de Pinhais, os jovens criavam sua própria distração. Aos domingos, reuniam-se
em grupos e seguiam para a estação de trem; muitos se perguntam: fazer o que? Fazer o
mesmo que os jovens de hoje, quando se reúnem e param em frente a uma loja de
conveniência em algum posto de gasolina; para rir, conversar, comentar de alguma
festa… Mas, como o trem conduzia passageiros, entre estes, estavam os apaixonados. Na
maioria das vezes, trocavam recados rapidamente, quando já conhecidos, ou novos
flertes surgiam e assim levavam por algum tempo, até a primeira festa em alguma igreja
onde o encontro acontecia. O trem parava por alguns minutos dando tempo de matar
saudades, conversar, trocar bilhetes apaixonados ou apenas trocar olhares.
Festas
Outra opção era a festa da igreja. esta era muito esperada. Pinhais era visitada por
pessoas de longe, neste dia. Pessoas vinham da Colônia Santa Maria, Laranjeiras,
Atuba, Colônia Muricy, Cristo Rei, Cajurú, Campina Grande, e de outras regiões
vizinhas.
Os preparativos eram organizados pelos moradores; todos se ofereciam para alguma
tarefa. A lista dos festeiros passava pelas residências; pessoas que patrocinavam a festa
com pequenas doações. O coral das filhas de Maria ensaiava noites e noites; moços e
moças, entoavam hinos em conjunto, famosos por toda a região. Muitos vinham de fora,
para a missa antes da festa, apenas, para apreciar o famoso coral.
Durante as semanas que antecediam o evento, os jovens se reuniam na igreja, logo à
noitinha, para ensaiar. A chave da igreja ficava com algum morador, muitos foram os
zeladores desta chave.
Saíam dos ensaios como todo jovem, hoje, sai da garagem da banda, ou seja,
cantarolando, rindo, se divertindo.. Não havia violência. Todos eram conhecidos; fosse
um jovem dos arredores da estância ou dos chacareiros, nos Perneta, como falavam;
fossem moças ou rapazes, todos sabiam quem era filho de quem. O respeito dos pais,
passava aos filhos.
Bailes
No lugar chamado de fazenda (explicado no texto Alguns Aspectos do Cotidiano), havia
a casa do responsável pelos animais ali deixados. Era uma casa grande, com sala ampla.
Em alguns finais de semana o baile era organizado pelo caseiro e seus filhos. Jovens dos
arredores se reuniam, muitas vezes, acompanhados de seus pais, que ficavam na cozinha
conversando. Música ao vivo, tocada por jovens da região. A música fazia parte do
cotidiano de Pinhais. Instrumentos como a sanfona, o pandeiro, o violão, o trompete e o
violino eram tocados pelos próprios moradores. Tocavam as músicas do momento,
tocadas nas rádios de Curitiba, nas quais, iam ver seus artistas preferidos e apreciá-las.
Fim de semana
Para jovens que moram a 7 Km da Capital é inevitável, como até hoje, que se dirijam
até ela para aproveitar as modernidades e diversões que ela oferece.
Os programas de rádio atraíam muitos. Os artistas se apresentavam para um público de
dezenas de pessoas, dentro de auditórios das próprias rádios. A rádio Guairacá trazia
artistas diversos, e a rádio PrB2 era famosa pelos programas de calouros nos programas
vespertinos dos sábados e domingos. De trem, de estação à estação era um trajeto rápido
e da Estação até as rádios, mais rápido ainda.
Cine Luz
Era outro lugar para a diversão. Muitos filmes alegraram os jovens, crianças e adultos,
de Curitiba e vizinhança. A população de Pinhais, principalmente os jovens, eram
freqüentadores destas salas de cinema, ainda na Praça Zacarias, depois do incêndio, em
1952, passou para a Rua XV.
Esporte
Os rapazes, além destas diversões, eram adeptos do futebol amador. Pinhais tem em seu
passado, forte envolvimento com o futebol. Apesar de alguns times de Curitiba serem
seus preferidos, dentro do Município as disputas por títulos eram levadas a sério e em
festa.
Festivais eram realizados, taças, churrascadas etc. As famílias acompanhavam, mas,
este é assunto para outro momento.
Comemorações
O salão da cerâmica, conhecido como salão do Scarpa, sempre que possível, era usado
para algum evento. Baile de carnaval, casamentos e outras comemorações. A regra para
uso era o cuidado com o prédio. O descuido ou qualquer incidente, como um vidro
quebrado, poderia deixá-los por sem salão por tempo indeterminado. Respeito era
aplicado não só dentro de casa, mas, pela própria sociedade, que cobrava o bom
comportamento. As regras familiares eram apoiadas pela sociedade e as regras sociais
eram apoiadas pelas famílias. É agradável viver em sociedade quando respeito não é
palavra para discussão e sim para observação.
Mas, muitos jovens interromperam esta convivência ao partirem para a guerra. Amigos
sentiam saudades e familiares choravam e rezavam pelas suas vidas. Pinhais colaborou
com muitos soldados para a derrota de Hitler. Nossos pracinhas são lembrados em
histórias familiares; ainda serão postadas neste veículo de informação.
Postado por colocando pingos nos is às 3/26/2010