Duas obras viárias estão em negociação há um ano para desafogar o trânsito da Região Metropolitana de Curitiba (RMC) em Pinhais. A intenção é construir dois viadutos, ao custo inicialmente estimado de R$ 80 milhões, cuja obra deve ser executada pelo governo do estado. Os projetos já estão prontos e foram elaborados, como contrapartida, pela incorporadora que irá construir um novo empreendimento no Autódromo, que encerra as atividades em dezembro.
Um dos viadutos será na continuação da Avenida Maurício Fruet, uma das principais ligações da capital com Pinhais. A nova estrutura passaria sobre a linha férrea, permitindo o acesso à Avenida Ayrton Senna. Dessa maneira, ficaria mais fácil o acesso de quem vem da capital para Pinhais, em especial ao terminal de ônibus do município, que é Avenida na Ayrton Senna.
O outro viaduto vai ligar a Rua 24 de Maio com a Avenida Ayrton Senna, passando pela Rua Rio Amazonas. A 24 de Maio dá acesso às avenidas Iraí e Maringá, que permitem ligação não só entre Curitiba e Pinhais, como também dos municípios vizinhos de Colombo e Quatro Barras a São José dos Pinhais.
Os projetos executivos foram elaborados e entregues pela empreendedora Bairru, que vai construir um bairro no terreno do autódromo de Pinhais. O empreendimento terá imóveis residenciais e comerciais, além de um parque exatamente no lugar da pista de automobilismo.
O bairro foi projetado pelo escritório de arquitetura do ex-prefeito de Curitiba e ex-governador Jaime Lerner. Como compensação do impacto deste empreendimento, que também vai aumentar o trânsito na região, a empresa cedeu ao município os projetos dos viadutos ao custo de R$ 2,5 milhões, além da construção de uma unidade básica de saúde. De acordo com o estudo de impacto urbanístico feito pela empreendedora para a construção do bairro, os viadutos vão ajudar no trânsito da região.
Atualmente, o trecho da Avenida Maurício Fruet onde está será o viaduto tem fluxo de quase 3 mil veículos nos horários de pico. Se a estrutura não for construída, a projeção é de que em 2030 este movimento chegue a quase 4,3 mil veículos. Com o viaduto, essa projeção cai para 3,9 mil veículos em 2030.
Já na 24 de Maio as medições foram em dois trechos. No cruzamento com a Avenida Ayrton Senna o fluxo atual é de 4,1 mil veículos nos horários de pico hoje. Sem o viaduto, o volume deve saltar para 7,5 mil veículos daqui nove anos. Com o viaduto, esse volume seria menos do que a metade, com projeção de 2,3 mil veículos.
Já no cruzamento da 24 de Maio com a Rua nossa Senhora da Boa Esperança o movimento hoje no rush é de 2 mil veículos. Em 2030, o fluxo seria de 4,1 mil veículos sem o viaduto e de 3,5 mil com o viaduto.
Pinhais negocia com a Comec a construção dos viadutos
A partir dos projetos cedidos pela incorporadora, a prefeitura negocia com o governo do estado a construção dos viadutos através da Coordenação da Região Metropolitana de Curitiba (Comec). Segundo o secretário municipal de Urbanismo de Pinhais, Emerson Bueno, a última reunião sobre essas obras há duas semanas também teve participação da capital, com representantes do Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano de Curitiba (Ippuc).
“A importância dessas obras não é só para Pinhais, já que envolvem vias arteriais importantes na mobilidade metropolitana”, enfatiza o secretário. “Esses viadutos vão ajudar sobretudo o transporte coletivo. Vamos ganhar em mobilidade, já que na Maurício Fruet a linha do trem interrompe a via e na 24 de Maio há um sinaleiro justamente em cruzamentos com fluxo grande de veículos”, reforça Bento.
A Comec confirma a possibilidade de o governo estadual bancar as duas obras viárias. “Existe vontade do governo do estado nesta conexão, visto que é um trecho muito importante na ligação entre Pinhais e Curitiba e principalmente na conexão do transporte coletivo entre os terminais de Pinhais e do Capão da Imbuia na capital”, aponta a Comec em nota.