Atividades realizadas pelas equipes do CAPS AD e CAPS II levaram temas do movimento aos usuários dos serviços
No dia 18 de maio, foi comemorado o Dia Nacional da Luta Antimanicomial. As equipes dos CAPS AD e CAPS II de Pinhais organizaram uma programação especial, com caminhada e outras atividades, para celebrar a data com os usuários e profissionais. Com o lema “por uma sociedade sem manicômios”, este movimento está atrelado à defesa dos direitos humanos das pessoas com sofrimento mental.
A Reforma Psiquiátrica, a partir da Lei Federal nº 10.216/2001, teve como marca o fechamento gradual de manicômios e hospícios no Brasil. A lei que promoveu a reforma, tem como diretriz principal a internação do paciente somente se o tratamento fora do hospital se mostrar ineficaz. Em substituição aos hospitais psiquiátricos, o Ministério da Saúde determinou, em 2002, a criação dos Centros de Atenção Psicossocial (CAPs) em todo o país. Os CAPs são espaços para o acolhimento de pacientes com transtornos mentais, em tratamento não-hospitalar. Sua função é prestar assistência psicológica e médica, visando a reintegração dos pacientes à sociedade.
A coordenadora de Saúde Mental e Especialidades da Secretaria de Saúde, Ivanilde do Nascimento, lembra que os primeiros hospícios tinham correntes, grades e banhos de água fria. Tinham uma perspectiva de um tratamento moral para “corrigir comportamentos”, como se as pessoas precisassem ser ensinadas ou adestradas a serem “normais” ou “adequadas”. Era ali que se produzia o saber sobre a loucura.
“Dentro desta luta está o combate à ideia de que se deve isolar a pessoa com sofrimento mental em nome de pretensos tratamentos, baseada apenas nos preconceitos que cercam a doença mental. É muito importante que todos nós sejamos semeadores de afeto através da boa informação, elucidando conceitos e ajudando a quebrar os estigmas relacionados à saúde mental. Cuidar de si também é cuidar dos outros”, afirma Ivanilde.